Há quem confunda perdão com inconsistência. Para
muitos quem perdoa é quem é fraco, é quem revela falta de auto-estima.
Para
mim, perdoar é compreender os erros dos
outros, dando-lhes uma oportunidade de se redimirem. E aí vem a típica conversa “quem
nunca pecou que atire a primeira pedra!”
Ninguém sabe o dia de amanhã.
Sei que
tenho plena consciência dos meus valores, daquilo que nunca faria a outra
pessoa, mas daí as distintas personalidades.
Que seria
do mundo se fosse todo amarelo, todo preto??? A verdade é que precisamos de
toda uma paleta de cores, precisamos de um misto de emoções. A vida é mesmo
assim.
Como saberemos o que é a tristeza se nunca
enfrentámos a felicidade? Como sabemos se está frio quando nunca encarámos o
calor?
Muitas vezes, sou “apedrejada” por desejar o bem a
quem me quer mal, por acreditar que todos falhamos e que estou aqui para acolher
as confusões e as fendas.
Posso sair magoada, é certo! Mas também posso
viver na incerteza de que este perdão virá ou não complementar a minha
felicidade.
Eu sou
assim, sempre o serei. A única diferença é que agora exijo demonstrações e não meras
palavras. Sou mais terra-a-terra. Mas continuo a tentar compreender o reverso
da moeda…
Não sou a Madre Teresa de Calcutá e não, nunca
traí, nem roubei, nem nada do género. Só que não deixo de gostar das pessoas de
um dia para o outro, sem antes perceber o que falhou, o que se quebrou. Isto
tudo claro, se as desilusões não forem como a mudança de cuecas…
Os erros são o nosso crescimento. Os erros são a
nossa chave para descobrirmos o que verdadeiramente nos faz falta. E cheira-me
que anda aí muito boa gente com o orgulho ferido e com a vulnerabilidade em
alta.
Não esperem pelas respostas, não esperem que a
pessoa com quem se portaram mal vá ter convosco. Sejam vocês a ir ter com ela,
sejam vocês a lutar e demonstrem que estiveram mal, que erraram. E não, não falo de pedidos desculpas baratos e
palavras de 50 euros, falo de gestos, de acções, de correr atrás, de provas.
Sim, claro que estou a falar do amor, da amizade…
E se me querem chamar de fraca, olha “siga a
marinha”…
E os outros? Os outros são perfeitos, nunca
falharam em nada.
Pois claro!
Beijinhos da Gatafunhos